Carlos Alberto Lopes

segunda-feira, junho 25

SUPEROME

Quem seria capaz de acreditar, se nem eu mesmo acreditava?
O homem pulou de dez metros, e não morreu, ao contrario, saiu andando normalmente!
No meus quase seis anos de vida, já havia visto coisa, que até Deus duvidaria , mas nunca tinha visto aquilo!
Aos três anos e meio, perdi o rumo de casa....
Andei muito, até chegar a essa praça, onde encontrei um punhado de outros meninos, e aqui eu vivo, comendo quando da pra comer, brincando de esconde-esconde e pega-pega com a policia, e dormindo nestes buracos, porque sobe um ventinho quente.
Não vi minha mãe...
Acho que ela desistiu de mim, porque eu pedi a boneca que falava....
As vezes, quando a saudade aperta um pouco, ou o estômago dói de fome, eu choro...
Mas é só um pouquinho, pois logo vem o Juvenal, que é o pai da rua, me dá um pescoço e pronto, o choro vai embora.
A coisa ficou preta, foi quando metralham aqueles “pivetes” lá no rio..... Os “omens” não deram refresco.... quase de hora em hora, a “casa “de um caia, e lá ia ele pra Febem.
O Juvenal, que e um “pai da rua” batuta, levou a gente pra porta de uma grande loja, e lá estamos morando, já vai pra mais de três meses, mas só de dia. À noite, a gente volta pro quentino do buraco, porque senão, o Juvenal falô, que a gente pode morrê de frio.
Foi lá que eu vi o homem cai de dez metros de altura, e não se quebra todo! Vi ele dentro de uma caixa preta, cheia de botões pra aperta.
O Juvenal riu pra caramba quando contei pra ele, assustada, o que tinha visto.
Ele disse que o cara, e o tal do “superome”, e a caixa preta, é a tal da televisão!
Eu queria descobrir e como e o Juvenal sabe dessas coisas...
Acho que é por isso que ele e o “pai da rua”, nê?

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