Carlos Alberto Lopes

sexta-feira, junho 22

A GREVE

No tempo do antigamente, quando tudo e todos tinham o poder do raciocínio e da fala, houve uma grande seca, porque às nuvens, que são as encarregadas de trazer a terra a chuva, resolveram decretar uma greve, porque o seu raio foi como clandestino em uma das viagens fez um barulho medonho.
Pôr causa disto São Pedro chamou as nuvens “As falas”, dando-lhes tremenda bronca.
As nuvens, mangadas e envergonhadas, pois afinal São Pedro brigou com elas sem motivo, resolveram fazer uma greve, e por causa disso a terra ganhou em período de seca, que levou alguns rios a terem que diminuir de tamanho, e outros, os menores, retornaram às suas nascentes, esperando dias melhores.
A greve das nuvens durou muito tempo, e os se resolveu quando um mediador poderoso se meteu no assunto.
O mediador foi o senhor vento, que foi reclamar com São Pedro pois, pôr não haver chuvas, ele estava trabalhando dobrado, e isso não era justo.
O sol fez também sua reclamação pois, sem nuvens, ele não tinha onde descansar e avisou que, se São Pedro não resolvesse logo aquele assunto , ele também entraria em greve.
Quando se espalhou a notícia que o sol ameaçava também entrar em greve, dona lua se esquentou :
_ Como ?! Então vou ter que trabalhar sozinha ? Isso não e justo.
Diante da situação, o mar, na qualidade de o mais antigo elemento da natureza, mandou uma carta a São Pedro:
“Meu caro Pedro
As coisas já estão ficando difíceis. Venho suprindo água para todo mundo. Não sei se posso aquentar esta situação pôr muito tempo. Acho bom vocês ai em cima, começarem a colocar ordem nas coisas , ou este treco aqui vai pró vinagre”.
“OCEANO”


Para complicar um pouquinho mais a vida do pobre do São Pedro, a “associação dos rios caudalosos” entrou com um mandato de segurança, pedindo garantias de rente oração dos seus antigos leitos, pois já estavam começando uma invasão , pelo “Movimento das Plantas Sem Espaço”.
O PPLS = Partido dos Plantadores em Leito Seco = , aproveitando a situação, solicitava uma reforma agrária nos leitos, pois como estavam, eram áreas improdutivas
O congresso celestial dos arcanjos, pôr sua vez, mandou pedido de explicações a São Pedro , pois já havia a preparação de uma “CPI” para encontrar solução para o problema.
Em contra partida, o Ministério da Saúde Vegetal fez pedido de verba suplementar, pois o estoque de líquidos dos hospitais ecológicos já se encontravam em estado critico.
A Polícia Celestial também mandava representação, já que a seca causava mortes em excesso, e a situação já começava a fugir do controle.
O Sistema Aéreo Animal, atendendo a solicitação de seus subordinados, pedia providencias para o retorno das nuvens, pois sem sombras, já acontecera diversos acidentes aéreos, pôr insolação em pleno vôo.
Como se não bastasse, a “Associação Internacional dos Peixes de Água Doce” entraram com um pedido de garantia de espaço, pois com a diminuição dos leitos fluviais, os leitos existentes estavam com excesso de população , e já acontecia problemas como excesso de detritos fecais e um contingente incalculável de peixes desabrigados.
Diante disto tudo, o Congrego Permanente dos Elementos da Natureza convocou reunião em caráter de urgência.
Desta reunião, saiu um documento, responsabilizando São Pedro pôr todas as calamidades existentes.
Com isso, São Pedro e seu gabinete ficaram em situação delicada perante o Congrego dos Arcanjos.
Numa reunião sigilosa com o “Todo Poderoso”, o nobre chaveiro do céu colocou seu cargo a disposição, mas foi recusada a sua demissão, e se encontrou outra saída: uma reunião entre São Pedro e a Comissão das Nuvens Grevistas.
Nessa reunião , São Pedro foi um excelente diplomata, pois reconheceu que havia sido injusto, ao culpar as nuvens pelo erro do tal raio clandestino.
As oitos da manhã , do sábado de aleluia, o céu ficou negro!
Todas as nuvens voltaram ao serviço com força total.
Foram seis meses de chuva , sem descanso !
Ai , aconteceu um imprevisto. A escala de serviço do Sindicato das Nuvens Carregadas, tinha atraso e não havia como acertar a escala , a não ser com horas extras.
Acontece que a carga de chuva , com hora extra e tudo , deu motivos para reclamações de inundações pôr todo canto.
Mas esta historia fica para outra oportunidade , pois tenho que chamar um pedreiro , para tapar umas goteiras, pois a minha mesa esta já , com poça d’água!
_ É nestas horas que tenho saudades do período da seca.....


autor: Carlos alberto Lopes

emal: escritor@uol.com.br

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