Carlos Alberto Lopes

quinta-feira, junho 28

O CASO DA ONÇA

Quando Juca entrou no bar, trazendo pela coleira uma onça pintada, foi um reboliço só, pois ninguém esperava aquilo, ainda mais vindo de Juca, um pacato lavrador, que morria de medo quando os amigos contavam histórias de animais.
Mas era o Juca, o medroso do Juca, que trazia a onça na coleira pra dentro do bar, sem nenhuma cerimonia e sem aviso nenhum, quase matando o velho Onofre, dono do boteco e cardíaco. de susto.
Tudo começou na semana passada, quando o Januário, filho de seu Onofre, resolveu dar uma de valente, e desafiou o Juca para um duelo de coragem.
Venceria , quem trouxesse o bicho mais perigoso ate o boteco, no prazo de uma semana.
Na Sexta foi a vez de Januário, que trouxe um jacaré de dois metros, dentro de uma jaula de ferro.
O Pessoal cumprimentou Januário, tomaram cerveja em comemoração, mas susto mesmo, ninguém tomou com o jacaré.
O Juca ia deixar as coisas acabarem assim, mas o Januário levado pelos comentários sobre o medo do Juca, amolou demais o coitado do adversário, chegando mesmo a chama-lo de “boiola“ e outros nomes feios.
Juca então resolveu trazer a onça, e acabou com a prosa do Januário, que tremeu feito vara verde na porta do banheiro do boteco, pedindo copo d’água, pra acalmar o medo.
Duas horas depois, as coisas já estavam mais calmas na cidade, e o Juca pode levar embora a onça, que havia sido alugada de um circo, na cidade vizinha.
Alem de ser uma onça domesticada, acostumada ao publico, Juca ainda havia tomado a precaução de dar uma injeção de tranqüilizante no bicho .
Vê lá se Juca era besta de correr riscos!

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