Carlos Alberto Lopes

quinta-feira, junho 28

INDUGÊNCIAS

Nos antigamente, como hoje, os dogmas e ensinamentos da igreja, tem poder inacreditável na mentalidade dos humildes.
Em certas cidades de Minas Gerais, este poder ganha tal força, que as pessoas levam cada palavras ditas como verdade e a igreja, por sua vez, tira seu proveito.
Assim foi o que aconteceu, quando um punhado de freiras andou pela zona da mata mineira, oferecendo indulgências ao povo.
Segundo o que as freiras atestavam, quem adquirisse as tais indulgências, tinham o perdão dos pecados, cada indulgência, dava perdão a um pecado, no purgatório.
Uma das filhas de Marta de uma cidadezinha próxima à Viçosa, para facilitar a vida ou a morte, comprou um punhado das tais das indulgências e as colocou dentro de um saquinho de pano, ao fundo do guarda-roupa e, com a vida, esqueceu das tais indulgências.
Trinta e poucos anos depois, vítima de velhice múltipla, a Filha de Maria, após quatro anos de leito, veio a falecer, comovendo toda a família.
Aconteceu o que se esperava: ninguém se lembrou ou encontrou o saquinho de indulgências.
Após a missa de mês, numa reunião do centro espirita da cidade, lá estava sua neta mais nova, kardecista de carteirinha, colocando o nome da avô na mesa, para a esperada ajuda espiritual.
Em dado momento da reunião, a médium encarregada de transcrever mensagens, psicografa uma mensagem de São Pedro, dirigida a neta da anciã, reclamando da falecida.
Segundo São Pedro, a anciã estava comprando a maior confusão na porta do céu, a mais de um mês, se negando a pagar seus pecados, como manda a lei do criador pois, segundo a anciã, já estava com todos os pecados pagos, pois possuía em seu poder, indulgências suficientes para cobrir seus pecados, e não arredava o pé da porta do céu, ate que São Pedro aceitasse as indulgências, como pagamento.
São Pedro resolveu aceitar a palavra da idosa, mas avisava que não aceitaria a palavra de ninguém, a não ser que lhe apresentassem as tais das indulgências, à porta do céu, do contrario era purgatório sem desculpas.
Daquela dada em diante, alem de flores, muitos caixões dos moradores da cidadezinha, levava um punhado de papelotes, devidamente assinados pelo sacerdote da matriz.
Coisas que acontecem nas Minas Gerais.

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